terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sim..Sim...SEXO


“Minhas amigas falam...nossa vc fala muito sobre sexo...vc soh pensa nisso” Ao ouvir essa frase recentemente dos meus amigos, não vou negar que realmente fiquei um pouco preocupada com a frequência da abordagem desta pauta em minhas conversas

E nem sou personagem de Sex and the City e ai de mim aos 24 anos querer ser algum tipo de conselheira no assunto, mas a verdade é que não dá para fugir de algo tão corriqueiro em nossa sociedade.

Tudo se resume a sexo. Roupas, perfumes, atitudes, carreiras, dinheiro, filmes, pensamentos… O tempo todo somos bombardeados cada vez mais por informações que direcionam para este tema.

Pesquisas que dizem que algumas mulheres preferem fazer compras a dormir com o parceiro, estudos revelando que homens que trabalham em áreas da tecnologia são mais preocupados com o prazer feminino e cientistas que buscam descobrir até hoje, onde é o fatídico ponto G.

Fora as chamadas lendas urbanas. Histórias populares que afirmam que o tamanho do pênis é proporcional ao número do calçado do indivíduo e que bons dançarinos rebolam igualmente bem entre lençóis.

Programas de TV, revistas, sites e livros não param de elaborar dicas essenciais para transformar você, simples mortal, em um completo deus sexual entre quatro paredes.

Com tantas fontes de verdades absolutas, nasce também um grande problema: estamos perdendo toda a naturalidade desta ação.

Não minto que leio com ardor publicações que trazem na capa: “Faça seu namorado subir pelas paredes em 3 minutos”. É sempre bom agregar mais dados. Porém, não se pode ficar tão obcecado e crente pelo o que vem escrito em tais páginas. Ele é uma pessoa e não um macarrão instantâneo.

Sei de gente que decora, estuda posições Kama Sutra como se fossem fórmulas de prova de química do vestibular e garotas que ficam ensaiando no espelho, passos de dança para tirar adequadamente a roupa na hora ‘H’.

Nada contra ‘apimentar’ a relação com novidades. Faz bem e mostra que você se interessa pela satisfação do outro. Acende a chama e outros clichês do tipo.

Mas desde quando uma noite de sexo tornou-se algo extremamente coreografado como a abertura do Oscar? Onde foi parar a vontade de se entregar sem lenço ou documento ao duelo corporal mais íntimo e tão repleto de força da natureza que foi até capaz de expulsar o primeiro casal do paraíso?

Parece que viramos de uma hora para outra, robôs que necessitam de vários manuais para descobrir onde ficam parafuso e válvulas do companheiro. Se desejarmos manter tanta distância assim do comportamento animal, parabéns conseguimos.

Um galo jamais recusou uma galinha porque esta não tinha um coração desenhado nas partes íntimas por uma depiladora. A leoa nunca inventou uma dor de cabeça para o rei da selva porque o mesmo estava com a juba mal feita e poderia arranhá-la. O porco não vai à banca pedir o último exemplar da Playpig para poder fantasiar com outra.

Poderia dar ainda mais e mais exemplos do reino dos bichos, mas prefiro destacar que o ponto alto do sexo sempre será a imprevisibilidade.

Não tem lógica alguma nos diferenciarmos tanto em personalidade se queremos agir igualmente entre as cobertas. Cada um é cada um.

Esqueça tópicos de revistas e conversas de amigas. Jogue o relógio longe e relaxe.

Até porque mais delicioso do que escrever sobre sexo é fazer sexo.

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